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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DISCURSO DE POSSE NO LIONS CLUBE VILA NOVA DE SENHOR DO BONFIM



Senhores e senhoras,


É com redobrada satisfação que compareço a esta solenidade, convidado que fui a tomar posse como o mais novo membro do honroso Lions Clube Vila Nova de Senhor do Bonfim. Não menor do que a satisfação é o senso de responsabilidade que agora nutro, em face da missão que me é outorgada neste momento, para mim todo especial.

E ao receber semelhante honraria, não posso esquivar-me de fazer reverência aos homens e mulheres que, ao longo de mais de noventa anos e, quais emissários do bem, levaram e continuam levando vida, esperança e alegria a milhões de pessoas, esparsas nos quatro cantos do planeta.

Não seria justo calar-me diante da memória de Melvin Jones, o empresário sonhador de Chicago que, no longínquo 1917, resolve romper o círculo fechado e individualista do mundo dos negócios, para lançar-se de forma despretensiosa no serviço aos seus semelhantes.

Não seria perdoável se, por descuido, eu ignorasse a luta quase diuturna dos incansáveis integrantes deste Clube bonfinense, que tão relevantes serviços têm prestado ao povo desta terra, a exemplo das recentes campanhas pela redução do preço do botijão de gás e de aferição da pressão arterial em favor dos mais pobres e carentes.

Imperdoável seria ainda, olvidar a gigantesca rede de parceiros e colaboradores, homens e mulheres de boa vontade, que ao longo dos anos, e por toda parte, têm contribuído para o bom êxito das campanhas a que são convocados, não se furtando jamais de qualquer participação neste particular.

Noventa anos de sucesso não seria possível se o móvel da Associação Internacional de Lions Clubes não fosse a dedicação à causa humana, desdobrada em ações que outro fim não têm, senão contribuir com a melhora da qualidade de vida de um sem-número de homens e mulheres, difusos pelos mais longínquos rincões da terra.     

Com efeito, quando em 1917 Melvin Jones resolveu ultrapassar as fronteiras do seu círculo de negócios, superando uma lógica estritamente comercial, almejava este benemérito homem de negócios levar a cabo uma cultura solidária que pudesse melhorar a vida da sua comunidade e dos seus semelhantes.

Nessa época, a América vinha assistindo, de norte a sul, ao surgimento de organizações associativas dos mais diferentes matizes. Nova York, São Francisco, Washington, Chicago e todos os grandes centros urbanos possuíam suas associações, cujo lema comum era: “ajudar uns aos outros”.

Melvin Jones foi mais além. O momento fundante foi a pergunta por ele formulada: “Que tal se os homens que têm sucesso devido à sua energia, inteligência e ambição, usassem seus talentos para melhorar suas comunidades?”. A partir daí, Jones começa a empreender esforços no sentido de estabelecer uma associação que pudesse agregar o maior número possível de clubes de serviço. A 7 de julho de 1917, durante reunião tida num hotel de Chicago, com a presença de dezenas de delegados dos mais diversos clubes dos Estados Unidos, e sob a presidência de Melvin Jones,  deliberou-se pela formação da Associação de Lions Clube, que passaria a operar meses depois, quando da Convenção de Dallas, realizada de 8 a 10 de outubro daquele mesmo ano.

Um dos objetivos apontados naquele momento, rezava que a Associação não deveria ter como meta os interesses comerciais dos seus integrantes. 

Posteriormente, Jones abandonou sua agência de seguros para dedicar-se exclusivamente ao Lions na sede internacional da Associação, na cidade de  Chicago, estado de Illinois. Graças ao prestígio de Melvin Jones, o Lions Clube logo atraiu a atenção de homens e mulheres do mundo inteiro.  Líderes comunitários começaram a fundar clubes em toda a América e a Associação tornou-se internacional com a fundação de clubes no Canadá, China, México, Cuba, entre outros. Em apenas 10 anos de existência, o Lions já possuía 60 mil membros, distribuídos em 1.183 clubes.

Em 1945 Melvin Jones foi convidado, como consultor, a representar o Lions Clube na Conferência Internacional, realizada em São Francisco, Califórnia, na qual teve origem a Organização das Nações Unidas (ONU), o órgão mundial responsável pela garantia da paz, do desenvolvimento e do direito dos povos.  

O exemplo de Jones, cujo lema era: “você não pode ir muito longe, enquanto não começar a fazer algo pelo próximo”, não apenas enobrece a família leonística, como também eleva o gênero humano, na sua vocação natural para o amor, a solidariedade, o bem comum.

A árvore boa cresceu e frutificou.  A associação é, hoje, a maior organização não governamental do mundo, com mais de 1,4 milhões de membros, distribuídos em aproximadamente 43 mil clubes, e cobrindo mais de 200 países.

O foco maior das atividades do Lions Internacional é a conservação da visão, embora outras ações venham sendo perseguidas, a exemplo dos programas de prevenção contra as drogas e as diabetes, para citar apenas alguns.

Há uma campanha em curso, intitulada: Campanha da Visão em Primeiro Lugar, a Sight First, cujo objetivo é levantar fundos para investir na cura e prevenção de 40 milhões de casos de cegueira hoje existentes e preveníveis. Com o recurso arrecadado, hospitais de olhos já estão sendo construídos em lugares de maior necessidade. Só na Índia mais de 300 mil cirurgias de cataratas já foram efetuadas.

Companheiros, é com essa mesma abertura para o serviço aos mais necessitados, que tem militado o Lions Clube Vila Nova de Senhor do Bonfim. E, a exemplo de outras experiências exitosas, espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, temos a mais absoluta convicção de que o empenho da família leonística bonfinense ainda haverá de produzir muitos frutos.

Doravante, este passará a ser também um compromisso meu. E, com fé em Deus, espero não decepcionar a confiança daqueles que em mim acreditaram, conferindo-me tão importante distinção.

Encerro estas poucas e humildes palavras, reportando-me a madre Tereza de Calcutá, um dos maiores exemplos de solidariedade dos tempos atuais: “Por vezes sentimos que aquilo que fizemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota de água”.

Muito Obrigado,


José Gonçalves do Nascimento
Senhor do Bonfim, 27 de outubro de 2011

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